Quando elaboramos nosso roteiro pensamos que não podíamos deixar de fora o fantástico Parque Nacional Torres del Paine, pois é um erro pensar que percorrer toda a Patagônia Argentina é o bastante. O lado chileno é tão belo quanto o argentino, mas ao contrário do que a maioria pensa, as diferenças os unem mais do que as semelhanças, e assim, procuramos a melhor forma de conhece-lo no menor tempo possível.
Contratamos a empresa Patagonia Extrema que oferecia um passeio saindo de El Calafate de um dia todo até o parque com retorno no mesmo dia. Eles oferecem transfer, guia e uma pacote de lanche ( dois sanduiches, suco, água e uma fruta). A saída foi marcada bem cedo para que não perdessemos tempo, pois o trajeto de menos de 400km era um pouco dificultoso. Porém, ja estavamos a mais de vinte minutos na estrada quando o guia foi informado de que haviam "esquecido" um turista. Ficamos parados no acostamento com o ônibus por mais uns vinte minutos esperando um outro carro que estava lenvando o turista esquecido ao nosso encontro.
A paisagem da estrada era sensacional. Muitas ovelhas pastavam na beira da estrada e corriam assustadas quando o ônibus passava, além delas, enormes condores nos acompanharam por uma boa parte do percurso. O guia sempre alertava quando algo interessante se aproximava mas não explicava muita coisa.
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Os pampas patagônicos! |
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No caminho cruzamos com alguns ciclistas que percorrem milhares de kilômetros pela América Latina! |
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Condor, maior ave voadora da terra, envergadura das asas chega a medir três metros. |
A chegada na alfandega chilena e a parada para passar por ela foi massante. Perdemos mais um bom tempo nesse lugar pois todos tinham que mostrar documentação e passar suas bagagens na inspeção. Nada de orgânico pode passar pela fronteira a fim de não espalhar pestes ou qualquer outra praga que possa se proliferar em terras chilenas.
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Chegando a fronteira! |
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Aduana chilena... |
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...muita espera para a liberação. |
Depois da alfandega, mais uma parada para um lanche e usar o banheiro já no Chile. Os preços eram bem mais salgados que na Argentina. Para se ter idéia, pagamos por um chocolate quente e um sanduíche de bife cerca de R$ 30,00!! Depois de pegar o lanche, fizemos a conversão e a vontade foi de devolver tudo. rs
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Parada para descansar e se alimentar. |
Chegamos ao parque quase meio dia. O tempo estava um pouco fechado mas a paisagem bela era inigualável. Lagunas, cachoeiras e ao longe não conseguimos ver as magestosas torres de granito que estavam encobertas por nuvens.
O parque com mais de 242 mil hectares foi declarado reserva da Biosfera pela Unesco em 2009, foi eleito o sexto lugar mais bonito do mundo e o mais belo da América do Sul numa pesquisa realizada com mais de 400 jornalistas especializados em turismo.
Durante o passeio, o guia nos deixava descer do onibus, tiravamos algumas fotos em menos de dez minutos e assim seguíamos para outro ponto. Foi muito corrido. Além disso, o tempo que perdemos quando ficamos esperando o turista que havia sido deixado para tras não foi acrescentado ao passeio e por isso tivemos que correr ainda mais.
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Laguna Azul |
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Laguna Amarga |
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Diversos guanacos cruzam o nosso caminho. |
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"Mucho viento em Torres del Paine" rs |
A cachoeira mais famosa de Torres del Paine, e o auge do passeio, corre em direção ao Lago Pehoé vinda do Lago Nordenskjöld. Sua beleza se faz não pelo seu tamanho, mas sim pelo seu estrondoso volume de água e pelo hipnotizante verde de suas águas. Tal cor que deve a presença de grande quantidade de minerais de rocha do Glaciar Dickson, de onde se origina pelo degelo. Estudiosos, amantes dessa queda d’água, afirmam que seu fim será breve. Devido a zona de turbulência no local onde ocorre a queda, a rocha vai se deteriorando e sendo levada pela água e assim, pouco a pouco diminuindo de tamanho.
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Salto Grande |
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Lago Pehoé e a cena típica da Patagônia: muita chuva de um lado e muito sol do outro |
Em dezembro de 2011, o Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, foi devastado por um incêndio provocado por um turista que acampava. A catástrofe destruiu o correspondente a cerca de 15mil hectares de floresta, além do principal cartão postal do parque: a vegetação do circuito W e os arredores da cachoeira Salto Grande do Lago Pehoé.
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Chegando na zona do incêndio... |
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...quanto mais andamos descobrimos o tamanho do desastre. |
Enfim, esse passeio só serviu para nos deixar com muita água na boca e um gostinho de quero mais. Conversando com o motorista do ônibus, ele me disse que a melhor época para voltar é entre novembro e dezembro, quando as temperaturas estão mais amenas, temos menos vento e a chance de ver as torres por completo é maior.
Com certeza vale a pena ir de novo!!
Onde ir:
Parque Nacional Torres del Paine / Chile
www.torresdelpaine.com
Quem leva:
Patagonia Extrema
www.patagonia-extrema.com.ar
* Melhor ir com mais tempo e fazer seu próprio roteiro
Quanto custa:
Com a empresa: R$270
Entrada do parque avulso: R$60 na alta temporada e R$20 na baixa
O que levar:
Roupas e sapatos leves , dependendo da época do ano de preferência impermeáveis.
Deixe para comprar comida no próprio Chile para não ter problemas na alfândega.